segunda-feira, março 23, 2015

Pi

Pi, trata-se de um filme de 1998, o primeiro de Darren Aronofsky que hoje é famoso por Cisne negro e Noé, mas aqui a pegada é totalmente diferente dos filmes atuais.

No filme (spoiler... ) um matemático totalmente paranóico, tenta decifrar a sequencia toda do Pi (aquele da matemática ), e se depara com o interesse de grupos distintos, fanáticos religiosos (representados aqui por judeus ortodoxos) , um grupo com interesse de usar seus conhecimentos em algoritmos para Mercado financeiro e principalmente sua própria loucura, meio esquizofrênica, que chega a paranóia e vários delírios. 

Filmado totalmente em preto e branco, meio super esposto e granulado, da uma sensação de filmes clássicos dos 80 como Asas do Desejo, mas a temática confusa e ao mesmo tempo angustiante, leva o espectador a uma confusão mental, igual ao do personagem em boa parte do filme.

Ao relacionar o Pi a quase tudo, as leis da natureza, a sequencia de Fibonacci, a propagação de campos magnéticos, entre outros assuntos, o personagem Cohen, nos deixa várias questões (ou respostas) logo de cara:

"A matematica é a linguagem da natureza, tudo ao nosso redor pode ser representado através de numeros"!?

Recluso em seu apartamento, Cohen se ve perseguido por tudo e todos e só o que lhe interessa é o resultado de Pi.

As dores de cabeça (explicadas logo no inicio) e os remédios que toma aos montes, explica um pouco de sua paranóia, mas o mundo ao seu redor, muitas vezes parece mais paranóico do que ele.

A sequencia da explicação do líder judaico sobre a importância da sequencia e sua ligação com o livro sagrado (Tora) , tanto como os que o perseguem para usar em Wall Street, deixa claro o que todos por ali procuram, que nada tem a ver com achar a lógica da natureza, e sim utilizar o poder que essa lógica pode lhes dar.

Uma luta sobre a coexistência, o misticismo , loucura e paranáoia e a sociedade cada vez mais doente atrás do poder. 


Não aceitando a normalidade, Cohen traduz a procura pelo desconhecido, pela lógica através do poder, seja ele religioso ou financeiro.

Um filme difícil de digerir, que para os menos atentos, podem parar já nos primeiros 10 minutos, tamanha a confusão mental que pode levar, ao estar assistindo um filme e não conseguindo entender as sinapses entre as passagem, ao mesmo tempo confuso e brilhante. 

Uma busca sobre a transformação mental, e a busca frenética pelo poder. 

De certa maneira (quadrada as proporções) lembra um pouco Teorema Zero (clique).


A ver e digerir. 




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