Lembro da época do lançamento (2008) com comentários positivos (apesar de nunca dar muita bola pra criticas de filmes) mas depois de todo oba oba, acabei esquecendo.
A algumas semanas acabei assistindo, e realmente o filme é ótimo. Ótimo e´pouco, é excelente.
Nele (spoiler...) Randy (Mickey Rourke em uma interpretação memorável) é um lutador das antigas de Wrestler (aquelas lutas livres arranjadas que no Brasil fez o maior sucesso nos 70/80) que ainda arrepia no ringue, apesar de ter tido seu momento a 20 anos, e mesmo com lutadores muito mais jovens que ele ainda continua na ativa.
Paralelamente, tem uma vida sofrível, pois vive da grana das lutas, mora em um trailer alugado e a saúde já não é a mesma de sempre.
Após uma das lutas, acaba passando mal nos vestiários e depois de levado ao hospital é submetido a uma cirurgia no coração, pois teve um enfarto... a partir dai tudo muda.
Praticamente impossibilitado de voltar aos ringues, vê sua vida que já era ruim, piorar ainda mais. Tenta aproximar-se de uma dançarina de stripper (Marisa Tomei ótima depois de anos sumida) no qual é meio amigo (nunca ela deixa bem claro se gosta dele ou do dinheiro, e que sua preocupação principal é sair dali) e ela da para ele uma sugestão, se reaproximar da família, visto que está doente.
Entretanto a família que lhe resta é uma filha que não vê a anos.... e que claro, não quer vê-lo nem pintado de outro... mas entre idas e vindas ela acaba aceitando a aproximação. No meio de tudo isso, acaba aceitando um trabalho no balcão de frios de um supermercado local, até que é reconhecido por um dos clientes, e fica constrangido com a situação.
Pra piorar (ou melhorar) a situação, esconde o infarto e e´convidado a fazer uma luta com seu principal rival, onde ganharia uma boa grana e poderia se aposentar.
Em determinados momentos, o filme parece uma autobiografia do próprio Mickey Rourke, que de ator bonito/romântico dos anos 80, se tornou em uma figura grotesca e rebelde nos 90, deformando seu rosto e corpo entre lutas e malhação desenfreada. Pra quem viu 9 1/2 semanas de amor, sabe do que estou falando.
Pela primeira vez em anos Rourke está ótimo na interpretação, (bom estava ótimo em Sin City também mas o filme apesar de eu gostar muito, não foi lá um sucesso de critica e publico) e consegue tirar lagrimas até de marmanjos bombados. Não se trata de um filme de superação ou auto ajuda como pode parecer, acho que é mais pra redenção, e de levar uma vida digna fazendo o que gosta quase que eternamente.
Um filme a ver. Um dos melhores que vi nos últimos tempos.
Trailer
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