Sniper Americano

Filmes sobre Guerras, os EUA fazem aos montes, basta ver Resgate do Soldado Ryan, Nascido em 4 de julho, Platoon, Apocalipse Now entre outros... mas geralmente os filmes são fictícios ou sobre Guerras que já se foram a muito tempo.

Um fenômeno recente tem acontecido, filmes baseados no Iraque, e olha que nem é a primeira Guerra que tem pouco mais de 20 anos.. . já são sobre a segunda que começou em 2003 e nem tenho certeza se já acabou...

Mas aqui a história é baseada em um herói de Guerra, Chris Kyle.  (Spoiler..) O filme já começa com as lições que seu pai lhe durante a infância, que a vida é dividida em três tipos de pessoas, lobos, cordeiros e cães pastores... e já deixa claro que naquela família não haveria cordeiros... 

Já adulto, com quase 30 anos, Kyle resolve entrar para as Forças Armadas, e durante seu treinamento acontece os fatos de 11/9/2001.. logo após sua formação e também seu casamento, embarca para o Iraque em sua primeira (de quatro) missão. Lá conhece o horror, terrorismo, soldados despreparados entre outras coisas que geralmente a guerra não mostra na tv.

Tendo se formando nos NAVY SEALS (clique aqui e saiba quem são) ajuda não só os soldados menos experientes a combater no campo de luta, mas faz seu trabalho brilhantemente como sniper, matando aproximadamente 160 inimigos confirmados (de um total de 255 aproximadamente não confirmadas) em suas quatro incursões.

O filme é baseado no livro do próprio Kyle, escrito a três mãos com Scott McEwen e Jim DeFelice, mas que tem no cinema algumas dramatizações que provavelmente não foram reais. 

O filme parte do principio do homem de família em conflito entre dar o máximo pelo seu pais , enquanto sua mulher ficava sozinha e grávida nos EUA esperando a noticia de sua volta... ou morte. E vai mais fundo na parte psicologia do personagem, seus conflitos e ao mesmo tempo a força e liderança (Deus, Nação , Família)  durante o período de serviço.  Nas quatro incursões fica claro a cada volta, que o corpo dele voltou mas a cabeça não saia do Iraque. 

Como disse no começo, apesar dos EUA ter diversos filmes sobre guerras... os atuais sobre o Iraque tem um enfoque mais voltado a guerra ao terror, e a aspectos sociais dos soldados, ao invés da batalha em si. 

Dirigido por Clint Eastwood, é um bom filme, com enfoque bem pontual, e sobre a vida de um cara que deu tudo pelo que acreditava. 

Um filme a ver. 

Destino de Jupiter (Jupiter Ascending)

Surrealismo é a marca dos irmãos Wachowski. Desde o fantástico Matrix, muita coisa mudou, porém tentam emplacar um novo filme , chegaram perto com o ótimo e confuso Cloud Atlas, de la pra cá  Larry virou Lana, os filmes não tem emplacado...  mas em Destino de Jupiter eles conseguem voltar mais ou menos , com um filme de alienígenas e repleto de citações sobre humanos, tecnologia , reinado, e um filme cheio de citações.

Bom no filme (spoiler) Jupiter (Mila Kunis) é uma imigrante que trabalha nos EUA limpando privada, junto com sua família de russos que fazem tudo pra sobreviver. Só que se tratando dos Wachowski, claro que ela não é apenas uma limpadora de privada, mas sim uma rainha (suspeita-se) escondida na Terra.

Um filme de ficção com romance, aventura, perseguições espaciais onde Channing Tatun faz seu protetor, com um hibrido de lobo com humano e caçador de recompensar. Uma salada tipica dos filmes dos Wachowski.

Pra ajudar, ela não é simplesmente uma rainha na Terra, a suspeita é que seja da dinastia mais poderosa do Universo, e governaria todo o Cosmos, inclusive nós terraqueos, aqui colocados simplesmente como uma plantação a ser colhida para dar a "vida eterna" aos seres superiores, que usam os humanos pra criar um tipo de elixir da vida eterna. Bom a idéia da colheita humana também não é nova.. em Matrix é uma das primeiras coisas que sabemos assim que Neo acorda.

Um filme novamente confuso... os atores, centários, e computação gráfica parecem ótimos, mas ao mesmo tempo se tem a sensação de que está faltando alguma coisa, ou seja uma boa idéia, ou talvez eu que a cada novo filme deles espere um novo Matrix. 

Para os fãs de ficção cientifica um deleite visual e tecnológico, mas longe das grandes histórias do passado dos Wachowski Brothers.

O jogo da imitação

Mês das biografias... depois de assistir a biografia de Stephen Hawking, na sequencia vi a de Alan Turing intitulada "O jogo da imitação" .

Um filme que tinha tudo pra ser chato... segunda Guerra mundial, nerds a procura de algoritimos, etc... mas no final sai com a impressão de que vi um dos grandes filmes do ano, talvez pela excelente interpretação de Benedict Cumberbatch ( que ja tinha aparecido otimamente no último Star Trek).

No filme (spoiler...) Alan Turing é um brilhante matematico inglês, que é recrutado para decifrar uma poderosa maquina de criptografia alemã, intitulada Enigma. A inteligencia inglesa então forma um grupo para tal missão, sendo Turing um dos candidatos. Com o tempo ele consegue autorização de Winston Churchil para comandar o grupo e demitir os com pouco conhecimento e recrutar novos.

Alan Turing é considerado um dos pais da computação moderna, e sua invenção pode ser visto com um dos primeiros computadores do século XX realmente funcionais.

O filme se divide em tres partes... alguns flashbacks de seu passado como adolescente recluso que tem um amigo apenas e se apaixona por ele, demostrando sua homossexualidade de maneira sutil.

Na parte mais importante, ele é o brilhante descobridor do código que decifrou a máquina alemã e ajudou a Inglaterra (e consequentemente seus aliados) a ganhar a guerra. E por último, um homem acuado e processado por sua homossexualidade (que era proibido por lei na Inglaterra até meados da década de 60) tomando remédios pesados (castração química por estrogenio) e em profunda depressão no pós guerra.

A história de Turing só foi descoberta a pouco tempo, e apesar de alguns cliches no filme, é um filme competente sobre um homem que de dentro de uma instalação escondida, conseguiu abreviar a pior guerra do século XX.

Um filme a ver. 

Trailer

A Teoria de Tudo

Filmes (biografias) de pessoas extremamente famosas e que geralmente aparecem na mídia de tempos em tempos costumam ser bem "chapa branca" ou seja, contar apenas aquilo que já sabíamos.

Em "A Teoria de Tudo" em alguns momentos nos passa essa ideia, entretanto vão mais fundo na doença do cientista ultra - famoso por suas teorias, Stephen Hawking.

Como a maioria já sabe (se sabe quem é Hawking) ele possui uma doença degenerativa, a esclerose lateral amiotrófica, que aos poucos foi lhe tirando os movimentos do corpo, uma doença que mata em pouco tempo, mas contrariando a lógica ele convive com ela a décadas.

Bom mas o post é sobre o filme sobre o cientista famoso.

No filme (spoiler...) conta desde o principio na Universidade de Cambridge onde se formou como físico teórico, e através de suas publicações hoje é o cientista mais famoso do mundo.

Desde a adolescência na faculdade até meados da década de 90, o filme passa a trajetória do Hawking, tanto em sua luta contra seu corpo, como seus casamentos, amigos, família, atividades e claro suas teorias , apresentações e livros famosos.

O filme é meio lento... pra quem está acostumado a brilhos e explosões é até monótono, mas para quem é fã do Hawking (como eu) vale muito a pena. E claro um dos candidatos aos Oscar deste ano, principalmente pela atuação do ator principal (Eddie Redmayne) como a química ótima com  a atriz que faz a esposa de Hawking (Felicity Jones).

A atuação do ator como Hawking é realmente muito boa, não deixa a desejar em momento algum, visto pelas dificuldades locomotoras que o cientista passou e ainda passa.

Um adendo... a relação dele com a ex-esposa é parte bem extensa no filme, dado a importância dela na trajetória deles enquanto estiveram juntos da década de 60 até inicio dos 90, e o confronto Religião/Ciência que o cientista trava com seus pares e inclusive com sua esposa.

No final fiquei com a sensação de que vi um filme sobre o amor, tanto pela vida como pela ciência.