quarta-feira, fevereiro 19, 2014

O Lobo de Wall Street

Faz um bom tempo que tenho visto que Leonardo DiCaprio tem melhorado muito com a idade. Em Diamantes de Sangue já tinha mostrado que poderia ser um grande ator, e não só ator de Blockbuster como Titanic, mas que podia conduzir um filme sem tantos recursos tecnológicos, mais com seu poder de interpretação.

Já tinha acertado a mão em vários filmes, como Os Infiltrados, Diamantes de Sangue, A Origem, Django Livre  entre outros. 

Em O Lobo de Wall Street, acho que ele conseguiu finalmente um papel a sua altura. Interpretando Jordan Belfort, figura central de um intrincado jogo de corretores da Bolsa de Nova York entre o final dos anos 80 e durante os anos 90, ele consegue interpretar sublimemente a figura de um fanfarrão dos negócios, sem o menor tino moral, simplesmente tirando dinheiro de seus clientes da melhor maneira que consegue fazer, na lábia através da sua corretora e da Bolsa de Valores.

No filme (spoiler...) Belfort aproveita ao máximo tudo que o dinheiro fácil pode lhe render: carrões, viagens, mulheres (de prostitutas de luxo a uma belíssima esposa interpretada por Margot Robbie), entre festas regadas a drogas diversas e barcos de luxo, e até bizarrices como campeonato de arremesso de anão,  ele mostra o outro lado de Wall Street, muito além das corretagens, existem pessoas sem o menor escrúpulo em limpar sua conta em troca de ações furadas. 

Martin Scorsese em mais um trabalho com DiCaprio, traduz como ninguém as loucuras das facilidades financeiras da Bolsa entre os crashes de 1987 e 2008. 

Apesar da seriedade do tema, Scorsese leva tudo com humor impar, mostrando claramente que tudo aquilo era um mundo volúvel e que tudo poderia acabar a qualquer momento. 

A cena onde tomam muitos remédios na casa de Belford, e ele sai com sua Ferrari branca até o Country Club local (excesso do excesso... ) mostra bem o tom surreal que ele vivia, onde achava que tudo de errado só poderia acontecer com os outros e não com ele. 

Em alguns momentos pode se achar que estamos diante de uma exaltação aos excessos, do dinheiro fácil e das orgias desenfreadas (muito bem retratadas no filme, com cenas onde dezenas de garotas de programa invadem a Corretora transformando ali em um enorme bacanal) ... mas na verdade é uma crítica a toda a loucura financiada por Wall Street e seus corretores sem noção dos últimos anos. Um filme sério e surreal ao mesmo tempo, com interpretações ótimas e elenco de peso, e com certeza um dos bons concorrentes ao Oscar deste ano. 

A ver... um dos grandes filmes de 2014.

trailer 








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