quarta-feira, outubro 11, 2006

Sem palavras...

Nem vou comentar.. sem palavras da Folha São Paulo Presidente diz que Delfim foi vítima de preconceito das elites

FABIANE LEITE DA REPORTAGEM LOCAL

Em evento de mobilização de sua campanha na noite de ontem, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) transformou em "estrela" o deputado federal Delfim Neto (PMDB). Em homenagem a Delfim, que não conseguiu se reeleger, Lula reconheceu os avanços econômicos do período da ditadura militar, quando Delfim foi ministro da Fazenda (de 1967 a 1974). Para o presidente, Delfim não se elegeu por "vingança de um conjunto de elitistas, porque ele defendia a nossa política." Segundo Lula, Delfim foi a "'única voz" defendendo sua política econômica. "Ele dizia que era preciso fazer o que fizemos, mas precisava ter em conta que a economia deveria crescer mais rapidamente", afirmou. O petista fez um mea culpa sobre o primeiro turno: disse que Deus o colocou no segundo turno porque não foi ao debate e que o partido, em vez de ter candidaturas próprias em alguns Estados, deveria ter estabelecido alianças. Delfim estava na primeira fila de cadeiras colocadas no palco do clube Tietê, na zona norte de São Paulo, junto com Marta Suplicy, coordenadora da campanha em São Paulo, e do candidato derrotado ao governo paulista, Aloizio Mercadante. "Quero dizer da minha alegria de estar aqui com Delfim, uma das pessoas de quem a gente mais divergia na década de 70. Eu, como dirigente sindical, fazia todas as críticas numa época em que a gente tinha contradição no Brasil muito forte. Ao mesmo tempo tinha o auge do autoritarismo militar, tinha o auge do crescimento econômico", afirmou Lula no evento para 2.000 pessoas. "Eu de vez em quando, discutindo com meus companheiros, eu dizia que havia contradição enorme a esquerda tentando a fazer a revolução e nós dentro da fábrica tendo oportunidade de emprego." O deputado também discursou e disse apoiar Lula para resistir "à volta da política [econômica] que destruiu esse país, a política que impediu que esse país se desenvolvesse." Depois de se comparar a Tiradentes e a Getúlio Vargas, Lula ontem afirmou que sua trajetória tem o dedo de Deus, incluindo na sua ida ao segundo turno. "Não apenas a vontade do ser humano, é uma vontade superior que me fez chegar onde cheguei", afirmou. "E é exatamente por essa crença que acho que Deus falou: vamos ter segundo turno. Esse pessoal tá muito empombado, pensa que vai ganhar no primeiro turno, Lula não quer nem ir a debate, tem muita gente que acha que já ganhou, vamos dar segundo turno para que ele perceba que tem de colocar mais álcool ou feijão com água dentro do sapato para o sapato alargar um pouco." No evento, Lula recebeu o apoio de Ana Maria Rangel, candidata derrotada do PRP à Presidência, do vereador Agnaldo Timóteo (PL-SP) e do deputado federal eleito Frank Aguiar (PTB-SP).

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