terça-feira, janeiro 06, 2015

Êxodo : Deuses e Reis

Logo depois de Noé, dá pra perceber que a tentativa de retomar os filmes "épicos" está na moda em Hollywood.

Êxodos é um filme longo de mais de 2h30 mas que diferentemente de Noé, não chega a ser cansativo, um pouco pelas boas atuações e por outra parte belo belo trabalho de ambientação e criação digital dos cenários que são realmente ótimos. 

Pra quem como eu, que assistiu "Os 10 Mandamentos" com Charlton Heston e Yul Brynner lá do final da década de 50, e repetido incansavelmente nas madrugadas pós semana Santa, tem uma idéia da libertação dos Hebreus por Moises de uma maneira bíblica lúdica  com o Mar Vermelho sendo aberto com o cajado de Moises, etc...

Mas seguindo uma linha mais "realista" Ridley Scott deu um tom digamos mais lógico a trama, não seguindo a linha do filme da década de 50 para contar a história de Moises e o povo que o seguiu para fora do Egito de Hamses. 

Temos aqui um Moises (spoiler...) mais General do que Profeta, que a partir do momento que fica sabendo que é hebreu e não egipicio, se refugia longe , se casa e tem seu filho, vivendo uma vida de pastor de ovelhas, até resolver subir a montanha proibida e la ter algumas revelações, que muda sua maneira de ver o povo hebreu e sua necessidade de ajudá-los a se libertar da escravidão.

Ridley dá um tom diferente ao General/Profeta, que quase todo tempo questiona (a Deus aqui na figura de um garoto) a necessidade das punições aos egipicios (peste, peixes mortos, doenças, gafanhotos, etc...) que ao mesmo tempo também atinge aos hebreus, em um tom muito diferente daquele profeta que temos em mente graças aos filmes do passado. 

Aqui uma opinião pessoal... ele dá tom a algumas coisas pela maneira mais lógica, por exemplo quanto a travessia do mar, que pode ter sido feita na maré baixa .

Bom a escolha de um Moises mais militar facilita também as diversas cenas de luta no filme, para um Christian Bale em sua primeira "fuga" do Batman que fez nos últimos anos, mas que convence bem mais do que o Ramses de Joel Edgerton, que parece apenas um coadjuvante de luxo, usado como um entreposto fraco a Bale. Mais uma vez apesar de Bale estar bem, as figuram não passam nem perto das interpretações de Heston/Brynner a mais de 50 anos.

Mesmo assim um ótimo filme, com coadjuvantes de luxo como Ben Kingsley , Sigourney Weaver e John Turturro (apesar de ser Seti o Imperador, aparece pouco) e que convence bem e,  provavelmente recupere a fortuna de dólares gastos em sua produção. 

Trailer



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