A duas maneiras de se fazer filmes de ficção cientifica, utilizando efeitos ou idéias.
Nos últimos tempos, tenho visto muitos que se baseiam apenas nos efeitos especiais, graças ao salto de qualidade que os computadores tiveram nos últimos 10 anos.
Em Transcendence, a ideia de unir filosofia, tecnologia e inteligencia artificial é muito boa, com uma conclusão razoável.
No filme (spoiler...) Johnny Depp é Will Caster, cientista famoso e cultuado pelos seus, que está prestes a desenvolver uma IA funcional, entretanto ele e sua equipe se vê em um impasse quanto a "real" consciência da máquina.
A partir desta premissa, aparecerão radicais contra uso de tecnologia a serviço dos criadores de novos "deuses", e passam a sabotar os experimentos dos laboratórios, e também atingem o Will Caster com uma bala que contem um veneno radioativo que vai lhe matar em poucas semanas.
Dai a conceitos filosóficos quanto a transferência da consciência humana para uma máquina (que tornaria a vida do humano transferido infinita) é um pulo, ao mesmo tempo que tentam explicar rapidamente conceitos como Nanotecnologia, e previsões de um futuro noturno para a humanidade, apesar de que em diversos momentos o roteiro não deixar muito claro de que lado está.
Tudo para ser um grande filme de Syfy mas que se perde do meio pra frente, na tentativa incessante de explicar conceitos tecnológicos x filosofia, e claramente conceitos religiosos (fica nítida a semelhança com grupos radicais religiosos as ações dos ativistas). Transcender o poder do cérebro é a ideia principal, ter a possibilidade de acesso a toda a internet, cruzando banco de dados diversos é um sonho.
Acho que perdeu-se aqui uma grande possibilidade de um filme de ficção cientifica de qualidade e com conceitos científicos x tecnológicos e até filosóficos entendíveis ao grande público, que vai se sentir um pouco perdido no filme, pois pra quem é fora da área tecnológica, Nanotecnologia não é dos assuntos mais populares, transformando o filme mais em um terror tecnológico do que um bom filme tecnológico inteligente em meio ao circo dos efeitos especiais que está se tornando o cinema.
Nem a participação de grandes atores salva o final melancólico, a história de amor infinita entre o personagem de Depp e Rebecca Hall se torna mais uma obsessão do que amor. Um Morgan Freeman secundário dá o tom do filme.
Um filme mediano, mas se pegarmos a média dos filmes de ficção cientifica que tentam passar alguma mensagem, podemos dizer que está acima de vários.
Trailer
quarta-feira, junho 25, 2014
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