Somos tão jovens

Propor um filme sobre o Legião Urbana é complicado. Os fans estão mais para adoradores, como fiéis religiosos fanáticos.

Mas a proposta do filme é um pouco diferente, aqui tentam explicar um pouco do caminho do Renato Russo entre 1976 e 1985 entre o descobrimento do movimento punk e o início da Legião Urbana como banda, que seria nos anos seguintes alvo de devoção dos fans.

O ator segura bem o papel de um Renato adolescente até o começo da fase adulta. 

Um filme com uma proposta mais simples. Quem for assistir pensando em ver a época "aurea"  da Legião , vai se decepcionar, pois acaba exatamente quando eles estão para embarcar para a fama.

Mas uma proposta eficiente , principalmente para quem não viveu nos anos 80, o fim da ditadura e início das bandas de rock de Brasilia  e do eixo Rio/SP.

Diferentemente do filme do Cazuza, que tentam evitar mostrar a vida pessoal dele, e consequentemente como afetaria o Barão & cia, neste não escondem o sol com a peneira, o ator consegue fazer um Renato mais sincero.

Apesar do filme ser praticamente uma pequena mostra da vida do Renato Russo, uma atenção especial a cena de Brasilia, bem mostrada no filme, principalmente a cena ligada aos "roqueiros" filhos de generais e outros membros de alto escalão do governo, de de certa maneira viabilizou o movimento na época .

Seria muito dificil sem as "facilidades" politicas que eles tiveram pra mover um movimento em plena época de Geisel/Figueiredo.Uma cena em especial mostra bem isso,quanto voltando de uma balada são parados em uma blitz, e todos são liberados quando o comandante da blitz fica sabendo que uma das meninas é filha de um General.

Um pouco do egocentrismo do Renato ja ta la. O fim do Aborto Elétrico mostra bem isso. Mas com o sucesso dos discos (do Legião) o ego ficaria muito maior. 

Um filme para fans e para os digamos "conhecedores" de Legião Urbana. Mas mesmo que voce não seja um fanático, ai gostar pois parece ser um filme sincero.

A ver , dá até pra se emocionar em alguns momentos, mas fica só no prefácio.