Palestina que perdeu neto em conflito com Israel vira mulher-bomba
HO/France Presse | A "vó-bomba" Fatma al Najar, em foto feita pelo Hamas |
DA ASSOCIATED PRESS A mais velha mulher-bomba palestina, uma viúva de 64 anos, vivia em um barraco de um cômodo em Jebalia, na faixa de Gaza, e tinha tantos netos que já havia perdido a conta. Lá, Fatma Omar al Najar dirigia um pequeno exército de militantes do grupo islâmico Hamas.
Seu marido, morto há um ano, chegou a ser detido em uma prisão israelense, bem como cinco de seus sete filhos. Um de seus inúmeros netos morreu há quatro anos, aos 17, lutando contra tropas israelenses durante uma incursão em Beit Lahiya. Outro neto adolescente perdeu a perna após ter sido atingido por tiros ao tentar esfaquear um soldado.
A veterana simpatizante do Hamas deu abrigo a muitos militantes fugitivos durante o primeiro levante palestino (1987-93). Sua casa foi demolida pelo Exército de Israel, e Fatma e seu marido passaram a viver em um "puxadinho" da família Al Najar com pouco além de um colchão.
Viúva, sozinha, com os filhos crescidos, Fatma atou explosivos ao corpo para um ataque contra um grupo de soldados israelenses no campo de refugiados.
Alertados sobre o iminente atentado, os soldados atiraram uma granada quando ela se aproximava. Ainda assim, Fatma detonou seus explosivos, matando-se instantaneamente e ferindo ao menos dois soldados.
Antes da sua missão, Fatma filmou um vídeo-testamento, como de costume em ataques suicidas. O vídeo mostra uma mulher com um véu branco, um vestido preto e um fuzil no ombro, diante de um mural do Hamas. Ela dedicou o ataque ao governo do premiê palestino, Ismail Haniyeh, do Hamas, e ao comandante militar do grupo, Mohammed Deif. "Espero que Deus o aceite", afirmou.
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