segunda-feira, dezembro 08, 2014

Noé

Durante a segunda metade da década de 50, início da década de 60 , proliferaram filmes "biblicos" nos EUA, pra quem gosta de cinema, com certeza já viu Os 10 Mandamentos, Ben Hur, Barrabas, etc...

Mas era um tema esquecido pelo cinema nos últimos anos, até que resolveram fazer um filme sobre uma das figuras mais emblemáticas da "história" biblica. 

Dificil fazer um filme onde o roteiro já está praticamente escrito... basta ler o Velho Testamento e 90% do filme já vai estar por la. 

Na tentativa de fazer cinemão (ou Blockbuster como preferir) acho que esticaram demais a história, e Noé se torna mais cansativo do que épico. 

No filme, Noé é Russel Crowe (de Gladiador) ... (spoiler...) que quando criança vê seu pai ser morto pelos descendentes de Cain, mas é uma cena curta. 

Ai já passamos para um corte de muitos anos, Noé já adulto, pai de três filhos e a procura de um lugar ao sol pra sua familia, se vê incumbido após visitar seu avô (Matusalém, no filme interpretado por Antony Hopkins) que lhe ajuda a "ver" o caminho a seguir.

A partir do início da construção da arca, ele é ajudado por uns seres de pedra (explicados no decorrer do filme), e ao mesmo tempo se vê em apuros pois o "rei" local quer que seus "suditos" (tratados como capachos, com filhos mortos, mulheres estupradas e quem não lutar fica com fome) tentar tomar a arca a força de Noé. A partir dai vem o Diluvio e o resto da história praticamente todos já sabem.

A tantas referencias a religiões diversas (não só cristianismo) que fica meio difícil saber qual a linha de pensamento do diretor/roteirista do filme, e o uso do livro de Enoque (apócrifo) fica claro no decorrer do filme. Um filme cheio de lições de moral ( o próprio rei fala que Noé salva animais e deixa humanos se afogar como se todos fossem culpados) e de história de amor de seus filhos. Claro que a figura do bem contra o mal é o mais presente no longa.

Além de longo, acho que apesar de bom ator, Russel perdeu a mão neste filme, a evolução da loucura de Noé não é tão clara nas caras e bocas que ele apresenta, quase deixando a figura de Tubal-Cain(Ray Winstone que vive o rei) tomar o protagonismo em algumas cenas. O trailer mostra um lado de fé e divino , que o filme não explora completamente.

Um filme interessante, cansativo e mutias vezes chato, coisas da tentativa de criar um mega Blockbuster e ter um resultado mediano. Um filme a ver com os olhos do seguimento religioso de cada um, visto que levou pedrada de todo lado, seja de Muçulmanos, Cristãos ou Judeus. 

Trailer




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