terça-feira, julho 28, 2009

Tenta esquecer-me

Tenta esquecer-me...
Ser lembrado é como evocar
Um fantasma... Deixa-me ser o que sou,
O que sempre fui, um rio que vai fluindo...
Em vão, em minhas margens cantarão as horas,
Me recamarei de estrelas como um manto real,
Me bordarei de nuvens e de asas,
Às vezes virão a mim as crianças banhar-se...
Um espelho não guarda as coisas refletidas!
E o meu destino é seguir... é seguir para o Mar,
As imagens perdendo no caminho...
Deixa-me fluir, passar, cantar...
Toda a tristeza dos rios
É não poder parar!
Mário Quintana

Um comentário:

John D. Godinho disse...

Mario Quintana in English

Try to forget me…( Tenta esquecer-me…)

Try to forget me…
To be remembered is like evoking
a ghost…
Let me be what I am,
What I have always been,
A flowing river…
The hours will sing, in vain,
Along my river banks.
I will adorn myself with stars
Like a royal mantle.
I’ll be embroidered
with clouds and wings,
Children will, now and then,
Bathe themselves in me…
A mirror does not keep
the things it reflects!

And my fate is to move on…
Move on toward the sea,
Losing what I reflect along the
way…
Let me flow, let me pass,
let me sing…
The sadness of all rivers
Is that they cannot linger!

(Translated by John D. Godinho)
Try to Forget Me in Nova Antologia Poética

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