O ano era 1986. Lembro de minha professora então da 5º série nos pedir um trabalho sobre uma doença nova que havia aparecido, a AIDS.
Em principio achei que seria mais um daqueles trabalhos chatos em que você perde horas na Biblioteca (isso biblioteca, não tinha essa moleza de internet...) e depois de muito pesquisar ainda tinha de levar tudo para casa e fazer em papel almaço ou datilografar (isso sim era trabalho).
Por acaso na mesma semana que ela pediu o trabalho, a TVS (atualmente chamada de SBT) passou um filme chamado "Aids - Aconteceu comigo" que foi um tremendo estímulo para meu trabalho, pois apesar de preconceituoso (o cara que pega Aids no filme era gay mas nem tinha essa noção na época) mostrava toda a dificuldade de quem pegava Aids naqueles tempos. Não havia coquetel de remedios, o AZT muito conhecido por causa do Cazuza apenas começava seu trabalho e as informações da medicina também eram bem fraquinhas.
Lembro que nossos trabalhos renderam uma enorme discussão, tanto sobre a doença, como de alguns pais mais conservadores, pois como em principio a Aids tratava de sexo também...
Pouco após começou o martírio do Cazuza, e ai escancarou para todos o que realmente era a AIDS. Não adiantava ser rico ,ou pobre, branco ou preto, ela poderia pegar qualquer um. Os irmãos hemofilicos Henfil e Herbert de Souza também mostraram que mesmo com a AIDS o doente poderia levar uma vida praticamente normal.
Hoje em dia , depois de muitas pesquisas, sabemos que ainda não acharam a cura definitiva ou uma vacina, mas a vida dos doentes é bem melhor com os remédios, e com o apoio do governo (no caso do Brasil) que fornece remedios e assistência aos doentes, pode-se levar uma vida como a de qualquer outra pessoa. E principalmente, diferente do que o filme lá na década de 80 dizia , hoje sabemos que a AIDS não é atinge apenas os homossexuais. Pode pegar a todos.
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