Como criar 10 milhões de reféns

Desde 1992 a situação atual do transporte público de SP já estava anunciada. A prefeitura do Maluf privatizou a CMTC, passando todas as empresas de onibus de SP para iniciativa privada.
Toda vez que há uma greve de onibus, nos anos 80 e início dos 90 era exatamente a CMTC que cobria a linha em greve. A partir de 1992 isso não existe mais já que a SPtrans (empresa originada do fim da CMTC) não tem controle sobre nenhuma empresa de onibus. Ou seja, os donos da empresas com uma simples ligação entre eles programam junto a Sindicatos greves gerais, pois ai obrigam a Prefeitura a aumentar os subsídios ou a passagem de onibus.
Com o metro mesmo antes de inagurar a área privatizada (linha amarela) o sindicato já conseguiu em menos de 4 meses organizar duas greves (além de hoje, houve outra em Abril).

Somos reféns de tudo isso. E falo de toda a cidade, pois se você pensa "Dane-se venho de carro" é exatamente ai que está o problema. A cada greve de metro, todos que tem carro vão trabalhar com ele, e as empresas de onibus aumentam a frota na rua. Se lembrarmos que São Paulo tem 5 milhões de veículos, está feito o caos.

Sem os onibus, a rua fica livre para os carros, porém sem o Metro, dobra a quantidade de onibus na rua.

Somos 10 milhões de reféns nas mãos de empresas de onibus mercenárias e um sindicato que não cumpre a lei de manter 85% do Metro funcionando em uma greve. E isso está longe de acabar, pois com a privatização da linha amarela (prevista para 2009) ou melhora ou piora o caos dos transportes. Como podem pedir para usarmos o transporte público e deixar o carro em casa dessa maneira?

Enquanto se discute os problemas de Congonhas, não veem que no dia a dia os problemas de transito de SP são muito maiores. Criando uma pista em Cumbica já resolve bastante. Criando uma nova Avenida, resolve alguma coisa?