Se você cresceu entre a década de 1980 e 1990, é impossível que não tenha visto ao menos uma vez aquele filme que traz , além de uma mega propaganda para a Marinha dos EUA, uma série de gente sarada, cheia de testosterona querendo mostrar que era melhor que o outro piloto. Ai o Top Gun original.
Mais de 30 anos depois do filme original (Top Gun é de 1986) , Tom Cruise quis mostrar que ainda está em forma (literalmente, fisicamente e como ator) e trouxe uma continuação do filme original, com uma série de homenagens a década de 1980 (lembrando que a Guerra Fria acabou,temos internet, hoje a tecnologia manda, etc...), com todas as informações disponíveis.
Em um primeiro momento (sim a partir daqui SPOILER...) parece um reboot do filme original, pois todos os elementos estão lá, os cadetes "fodões" as aeronaves maravilhosas, o almirante linha dura e o capitão (sem promoção em 36 anos?) que continua na ativa , pilotando aviões (caças de teste) e se movimentando no ar como na década de 1980.
De certa maneira parece muito um reboot se não fosse pelo Maverick estar la, pois temos a cena no bar com bigodudo cantando (Great ball of fire), a cena na praia (o volley substituido pelo futebol americano) entre outras "homenagens" ao original.
Entretanto o Capitão Maverick está la agora para ensinar os cadetes a conseguir entrar e destruir uma instalação militar e sair de la com vida.
Maverick funciona como um "Top Gun" original no filme, já que seus parceiros da época ja são oficiais graduados e nem voam mais, portanto ele é a lenda que ainda gosta de cavalgar em Mach 10 o que os outros "Top Guns" da atualidade relutam em fazer. Ou seja o capitão que tem dificuldade de seguir ordens ainda está la.
A impressão que fiquei é que o filme acaba sendo mais para um público masculino na casa acima dos 40 anos e fãs do original, tamanha a quantidade de referencias ao filme de 1986. Um filme que ainda remete a Guerra Fria , um filme "a moda antiga" que pode ser visto como "macho alfa" demais em um mundo que mudou muito nos últimos anos.
Independente de tudo isso, o filme dialoga com o novo publico através das novas tecnologias, novos aviões, radares, internet, etc... coisas que nem existiam em um distante 1986, e faz com que Maverick tambem seja obrigado a se atualizar, mas claro que com toda experiencia de seus anos voando.
Todo potencial dramático está la: A possibilidade de morte, o passado que o persegue (um dos personagens é filho do Goose, seu companheiro que morreu no primeiro filme), o bar clássico com a namorada (aqui atualizada para Jennifer Connelly que virou uma mega discussão na internet), a mão para continuar voando do amigo agora Almirante (papel bem legal que existe no filme graças a insistência de Tom Cruise para colocar um Val Kilmer debilitado por um cancer (ver doc na Netflix) no filme), e claro as perseguições em caças bem melhores do que os antigos F14 da decada de 1980. Mas espere uma homenagem a eles ainda no filme.
Em geral um filme que atualiza um clássico da década de 80 para as novas gerações, sem esquecer as homenagens a produção de 1986 (inclusive ao diretor Tony Scott do filme original que morreu a alguns anos).
Vale o ingresso, vai sentir aquela sensação de voltar ao passado com aviões e publico atual, mas com um Tom Cruise e diretor Joseph Kosinski em forma, para mostrar o que o cinema dos EUA sabe fazer bem, homenagens a suas forças armadas.
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