quarta-feira, fevereiro 01, 2017

Mundos Opostos

Hoje em dia está cada vez mais difícil assistir filmes de fora do circuito de Hollywood, pois as salas em SP são dominadas pelas redes Playarte, Cinemark e UCI que praticamente passam os mesmos filmes, quando aparece algo diferente é bem louvável.

Faz uns três anos que descobri umas salas mais "especiais", digo com cadeiras maiores, atendimento mais personalizado e principalmente conforto bem maior do que as já conhecidas cadeiras apertadas de alguns cinemas,e claro... cobram e bem por isso.. mas com descontos (no meu caso Itaucard) não fica tão pesado...

O playarte Splendor no Shopping Paulista é uma dessas, e de tem tempos em tempos coloca em sua programação alguns filmes fora dos tradicionais Blockbusters do mercado.

Foi exatamente nesse ínterim que vi "Mundo Opostos" um filme bem fora de circuito.

O filme (sim spoiler ... ) se passa na Grécia atual, e é claramente bem pontual , sobre o momento politico que o país vive e principalmente as diversas situações que estão acontecendo por causa da imigração em massa que está ocorrendo pra la.

O filme é parte em grego e parte em inglês, possivelmente com a intenção de interagir com outras partes do mundo que não só a Grécia.

O filme tem tres histórias interligadas, que se passam em situações totalmente diferentes uma da outra, entretanto a ligação entre elas é mais óbvia que possa parecer, em alguns momentos beirando o cliche.

A presença de J.K.Simmons fazendo o papel de um imigrante alemão que decide viver na Grécia após a aposentadoria, faz a ligação do país com o mundo hollywoodiano por assim dizer, e principalmente por se tratar de um papel bem mais leve dos que ele vem protagonizando (e até concorrendo aos Oscar) ultimamente.

Entre relacionamentos amorosos, separações , amores não correspondidos a narrativa vai se costurando lentamente até o desfecho final.

Enquanto uma garota se apaixona por um imigrante Sirio, um velho comerciante revoltado por achar que os imigrantes que levaram sua empresa a falencia e entra para um grupo xenofóbico , um funcionário de uma empresa de publicidade que se vê em uma dilema , todos se relacionam, sempre entre um local e uma pessoa de outra nacionalidade, sempre com o olhar do local sobre o estrangeiro que está ali para aproveitar o momento da Grécia de alguma maneira. Uma ligação entre o país com os dois lados da moeda, dos imigrantes ilegais e dos europeus que aproveitam pra comprar empresas gregas em situação financeira ruim, nos leva a ver de maneiras diferentes a relação deles com os estrangeiros.

Uma relação clara entre a Grécia com os países menos desenvolvidos (para onde o imigrante vai tentar uma vida melhor) e com os país mais desenvolvidos (onde o imigrante vai passar as férias ou fazer negócios) .

Um filme que apesar de tocar em temas pesados, é bem agradável aos espectador, talvez em uma tentativa de fazer uma ligação com as pessoas de fora da Grécia , para entenderem seus problemas e traçar paralelos com outros países (impossível não fazer ligações obvias com EUA, Brasil, Alemanha, etc...) e com um desfecho que deixa muitas idéias abertas a reflexão.

E claro não deixam de mostrar as belezas da Grécia.

Um filme a ver.

Trailer




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