segunda-feira, fevereiro 20, 2017

Estrelas Além do Tempo

Filmes baseados em fatos reais de certa maneira estão cheios por ai... a diferença é o tempo que se leva para descobrir e contar a história. 

Muitos filmes já foram feitos sobre as lutas raciais nos EUA nas décadas de 50/60, mas quase todos tem como figura principal (ou pano de fundo) Luther King, Malcolm X entre outros. 

Aqui a história é um pouco diferente, apesar do pano de fundo ser o mesmo. 

No início da década  de 60, a corrida espacial entre os EUA e a URSS era acirradíssima, pois se entendia que seria possível colocar satélites para controlar o que o outro fazia,entre outras coisas, além de enviar pessoas ao espaço, coisa que a URSS ja tinham feito com cadela Laika e pouco tempo depois com Yuri Gagarin. 

A partir dessa premissa, imagine a correria para colocar um astronauta no espaço (e que culminaria na chegada da Apollo 11 na Lua) onde  três mulheres negras em plena década de 60 ,mas  matemáticas brilhantes porém com pouco acesso ao programa espacial, apenas pelo racismo da época, se encaixariam? 

O filme poderia caminhar por essa estrada mais fácil (do racismo direto) mas prefere mostrar a luta das três mulheres para serem aceitas como iguais em um ambiente totalmente inóspito na época pois, além de não terem mulheres, muito menos mulheres negras na NASA. 

Um filme muitas vezes sutil, forte , direto e claramente mostrando que o talento as vezes consegue ultrapassar o preconceito. 

E obviamente uma homenagem a  Katherine G. Johnson (Taraji P. Henson), Dorothy Vaughan (Octavia Spencer) e Mary Jackson (Janelle Monáe) pioneiras , antes da era da informatica (mas que já estava presente , ainda com enormes Mainframes da IBM mas que por falta de tecnologia ainda eram menos tecnologicos que qualquer calculadora que temos na gaveta hoje em dia) e que com suas contribuições entraram para a  história. 

Trailer

sexta-feira, fevereiro 10, 2017

Beleza Oculta

Alguns filmes te prendem pelo trailer, sempre muito bem pensado e que muitas vezes não representam a "realidade " referente ao filme e, outras vezes o trailer não faz 'jus' ao filme, sendo que o filme é muitas vezes melhor. 

Em Beleza Oculta, o é uma das poucas vezes que o trailer e o filme batem perfeitamente.

Will Smith parece que nos últimos anos enveredou para uma carreira digamos "séria" nos cinemas, com menos comédias e mais filme pra pensar. Alguns de gosto duvidoso como "Depois da Terra"(clique)  onde a química entre ele e o filho não batem, outros que dão certo como "Golpe Duplo" (clique) que apesar de parecer não ter ido bem nos cinema, foi muito bom... ou o ótimo "Um homem entre gigantes" (clique) baseado em fatos reais, onde ele apresenta uma ótima atuação. 

Apesar de alguns terem tons dramáticos, nenhum chega perto do atual.

Em Beleza Oculta (sim agora e´spoiler...) ele faz um acionista majoritário em uma empresa de sucesso, que fica deveras deprimido em virtude da morte de sua filha. Com o intuito de ajudá-lo a sair desse estado, seus amigos (e também acionistas da empresa) contratam três atores para encarnarem os seus três principais tópicos que geriam sua vida: Amor, tempo e a morte. 

Um filme que alterna momentos ótimos na relação dos personagens com a vida, ao mesmo tempo que vamos descobrindo aos poucos como funciona a cabeça do personagem de Will Smith, como ele fará para conseguir sair do estado de "choque" que ele se encontra. 

Um filme mais sensível, bonito e pouco previsível do que parece a principio, com participações pontuais de ótimos atores (como Eduard Norton, Keria knightley, Kate Winslet e a sempre ótima Helen Mirren) que dão todo apoio ao filme, na progressiva carreira com poucas derrapagens de Will Smith. 

Mas não se engane... é um filme baseado na dor do personagem. Então está la toda a carga dramática que a perca de um filho pode deixar . E principalmente sobre deixarmos o tempo "um presente, como dizem no tempo" passar por causa de nossas frustrações, amores perdidos, etc.. 

Um filme que deve ser massacrado pela critica especializada, visto que parte para o dramalhão, com músicas pontuais e nem sempre parecem fazer parte da cena, e com um certo desperdício do elento "estelar" que conseguiram reunir.

É daqueles filmes que você fica com a sensação de que poderiam ter aprofundado mais os temas, os personagens, mas nem por isso deixa de ser interessante. 

Trailer




quarta-feira, fevereiro 01, 2017

Mundos Opostos

Hoje em dia está cada vez mais difícil assistir filmes de fora do circuito de Hollywood, pois as salas em SP são dominadas pelas redes Playarte, Cinemark e UCI que praticamente passam os mesmos filmes, quando aparece algo diferente é bem louvável.

Faz uns três anos que descobri umas salas mais "especiais", digo com cadeiras maiores, atendimento mais personalizado e principalmente conforto bem maior do que as já conhecidas cadeiras apertadas de alguns cinemas,e claro... cobram e bem por isso.. mas com descontos (no meu caso Itaucard) não fica tão pesado...

O playarte Splendor no Shopping Paulista é uma dessas, e de tem tempos em tempos coloca em sua programação alguns filmes fora dos tradicionais Blockbusters do mercado.

Foi exatamente nesse ínterim que vi "Mundo Opostos" um filme bem fora de circuito.

O filme (sim spoiler ... ) se passa na Grécia atual, e é claramente bem pontual , sobre o momento politico que o país vive e principalmente as diversas situações que estão acontecendo por causa da imigração em massa que está ocorrendo pra la.

O filme é parte em grego e parte em inglês, possivelmente com a intenção de interagir com outras partes do mundo que não só a Grécia.

O filme tem tres histórias interligadas, que se passam em situações totalmente diferentes uma da outra, entretanto a ligação entre elas é mais óbvia que possa parecer, em alguns momentos beirando o cliche.

A presença de J.K.Simmons fazendo o papel de um imigrante alemão que decide viver na Grécia após a aposentadoria, faz a ligação do país com o mundo hollywoodiano por assim dizer, e principalmente por se tratar de um papel bem mais leve dos que ele vem protagonizando (e até concorrendo aos Oscar) ultimamente.

Entre relacionamentos amorosos, separações , amores não correspondidos a narrativa vai se costurando lentamente até o desfecho final.

Enquanto uma garota se apaixona por um imigrante Sirio, um velho comerciante revoltado por achar que os imigrantes que levaram sua empresa a falencia e entra para um grupo xenofóbico , um funcionário de uma empresa de publicidade que se vê em uma dilema , todos se relacionam, sempre entre um local e uma pessoa de outra nacionalidade, sempre com o olhar do local sobre o estrangeiro que está ali para aproveitar o momento da Grécia de alguma maneira. Uma ligação entre o país com os dois lados da moeda, dos imigrantes ilegais e dos europeus que aproveitam pra comprar empresas gregas em situação financeira ruim, nos leva a ver de maneiras diferentes a relação deles com os estrangeiros.

Uma relação clara entre a Grécia com os países menos desenvolvidos (para onde o imigrante vai tentar uma vida melhor) e com os país mais desenvolvidos (onde o imigrante vai passar as férias ou fazer negócios) .

Um filme que apesar de tocar em temas pesados, é bem agradável aos espectador, talvez em uma tentativa de fazer uma ligação com as pessoas de fora da Grécia , para entenderem seus problemas e traçar paralelos com outros países (impossível não fazer ligações obvias com EUA, Brasil, Alemanha, etc...) e com um desfecho que deixa muitas idéias abertas a reflexão.

E claro não deixam de mostrar as belezas da Grécia.

Um filme a ver.

Trailer




Top Gun : Maverick

  Se você cresceu entre a década de 1980 e 1990, é impossível que não tenha visto ao menos uma vez aquele filme que traz , além de uma mega ...