terça-feira, outubro 02, 2007
Direitos Civis ou Humanos??
com ajuda da Veja edição 2028
É espantoso como o mundo ainda é feito de gente pequena. Lendo sobre um lançamento de livro que está acontecendo, sobre a paquistanesa Mukhtar Mai, dá para perceber porque boa parte do mundo não vai pra frente.
A história dela é surpreendente, por causa de problemas causados pelo seu irmão em uma aldeia (sabe aquela coisa de "castas") por que ele teria "ficado" com uma mulher de casta superior a sua, ela foi condenada (isso mesmo ela) por causa dele, em um juri "tribal", ela foi arrastada e estuprada em um estábulo por quatro homens, por uma coisa que ela não fez, e pior, onde há punições desse tipo na justiça comum??
Bom pra encurtar a história , hoje ela é uma das defensoras do resgate da honra em seu país, onde dizem levar o Alcorão a sério, porém fazem a leitura da maneira que bem lhes interessa. Hoje ela tem escolas onde ensinam mulheres e crianças a ler e escrever (principio básico em qualquer lugar, menos nas comunidades muçulmanas onde as mulheres são tratadas como bens) .
Mas a história não acaba aqui. Graças a um jornal local que publicou a história, ela teve repercussões internacionais, fazendo que com a justiça (se é que isso existe lá) do Paquistão se manifestasse, prendendo 10 pessoas envolvidas no fato. Os processos ainda estão rolando, se vão dar em alguma coisa, não sei, mas que a história ficará bem mais difícil de se repetir no dia a dia das paquistanesas, isso sim, pois até crianças são moedas de trocas em lutas de aldeias. Para intimidá-la , fizeram diversas ameaças e mataram um primo seu. Mas o processo continua.
Uma resalva: O Alcorão livro sagrado dos muçulmanos ensina que aos olhos de Alá, homens e mulheres são iguais, em culturas como essa o fundamentalismo distorce a visão das coisas.
Seu livro já está entre os mais vendidos na França, e agora chega por aqui (Título: Desonrada R$ 26,91 na Livraria Cultura). Espero que sirva de "manual" para aqueles idiotas que acham que são donos de suas esposas.
Seu ato já se compara ao de Rosa Parks, ativista americana da década de 60 pelos direitos civis. que não se levantou para que uma pessoa branca sentasse em seu lugar em um onibus cheio, levantando a questão dos direitos civis dos negros americanos.
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2 comentários:
Histórias de vida, coragem e íntegrade de princípios - como esta - me faz refletir sobre as memórias que estamos deixando gravadas na história do Brasil (c/ politicos sem integridade e primeira dama sem causas...).
Abraço, Margarida.
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